Happy New Year!

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Cheira-me que está aí alguém.... então, não cumprimentas?

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

O que aconteceu?



Estou caída na pedra fria, frágil, tonta e perdida de mim mesma. De repente não sei onde estou. Onde estou?
A minha perna direita está dormente, tenho a testa ferida, uma aguadilha percorre-me a cara e dá comichão. Acordei neste local gélido, olho em redor à procura de algo que identifique. Vejo claramente por uma janela destruída no cimo, a lua cheia que ilumina a noite e o espaço a onde me encontro. Há um foco que trespassa aquele buraco na parede e projecta-se na destruição e na sujidade. O chão é frio e ao redor amontoam-se paus e pedras. Agarro com forte e ergo-me com a mão numa soleira ainda um pouco alta. O barulho que faço ao tentar amparar-me ecoa pelo ar. Estarei sozinha? Não me consigo lembrar do que me terá acontecido. De pé vejo alguns barrotes no chão e bocados de balustres pertencentes a um corrimão. Os meus olhos já se habituaram à penumbra. Caminho estonteante, os pés esbarram na imundice da tralha tombada aqui e ali. Ali só as paredes resistem, o resto não aguenta a passagem do tempo.
Um som de pássaro agoirento vagueia na noite, apesar de um luar límpido. Quero reconhecer aquele local.
É um lugar insípido, de grande altura com paredes em pedra. Defronte, num ponto mais alto, aparece algo que se assemelha com um nicho de alguma dimensão na parede. Encaminho-me para lá, um degrau alto separa o espaço. Aquilo é um altar, eu estou numa capela nua, completamente despida dos adereços habituais que caracteriza aqueles sítios. No topo, a porta de madeira de acesso ao exterior está trancada, pelo menos pelo interior na abre, atrás de uma cortina de tecido aveludado e rota esconde-se uma passagem que dá para um átrio amplo e escuro como breu...

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