Happy New Year!

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Cheira-me que está aí alguém.... então, não cumprimentas?

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

A romaria, Senhora-a-Branca

Quanto entrávamos, o portões fechavam- se à saída da charrete. A minha mão era solta, com um sinal de "podes ir brincar".
Depois de rezarem na capela, entravam para a salinha, onde sempre conferenciavam para os criados não ouvirem. Eu já não desgrudava das suas sombras, escondida debaixo da janela, normalmente aberta.
A tia estava mal, doente, fadigada. Tinha um ano para sair daquela casa e levar consigo tudo o que estava "dentro de portas". Confessou à mãe que estava a ser pressionada por um homem, do qual não me lembro o nome, da Misericórdia do Porto para entregar a casa.

"Eles estão a molestar-lhe?" perguntava a mãe indignada.

"Diria antes que pressionam insistentemente"

"Não deixe. O Francisco deu- lhe 1 ano para sair, de forma a organizar a sua vida, mana."

"Que posso eu fazer?Estou cansada. Acho que um cabido da Sé deseja vir para cá morar."
Não cheguei a conhecer Francisco Noronha, se conheci, não me lembro.
A tia comentava que em solteiro era amigo de umas boas caçadas. Gozou bem a vida nas farras com os amigos, não era de mulheres. Pacato, tímido, gostava de conviver com os amigos. Casou tarde, aos 40 anos.
Eram uma prole grande, 8 irmãos. Sempre unidos nos eventos familiares.
D. Manuel, o mais velho, morreu num acidente na romaria da Senhora-a-Branca, em Braga, junto a um circo quando fazia acrobacias a montar uma égua em paródias de gaiato.
D. Francisco era o filho que se seguia.

1 comentário:

Anónimo disse...

Cada vez esta melhor mais cedo do que julgas todos te vão dar o teu devido valor para inveja de muitos.

Beijos